A margem imóvel do rio L&PM, 2003 Prêmio
Portugal Telecom 2004
(único romance entre os três primeiros classificados)
Prêmio Jabuti 2004, Câmara Brasileira do Livro
(2°classificado) Em Portugal: A Margem Imóvel do Rio.
Porto: Âmbar, 2005.
Em meados da segunda metade do século XIX, no Rio de
Janeiro, o cronista oficial da corte tem suas mornas e
monótonas tardes de viúvo abaladas por uma tarefa
profissional. Uma carta chegara ao Paço Imperial, endereçada
à Sua Majestade o Sr. Dom Pedro II. Na missiva, um
estancieiro gaúcho chamado Francisco da Silva cobrava a
promessa feita vinte e um anos antes por Dom Pedro II de
fazê-lo barão, em agradecimento à sua hospitalidade quando
da visita imperial às terras do Sul. Como os registros
oficiais nada apontam, o historiador do governo parte em uma
missão no interior do estado mais meridional do Brasil: quem
seria Francisco da Silva? Tudo deveria ser checado, afinal,
estava em jogo a palavra do Imperador.
O cronista sai da sede tropical do Império, o esfuziante Rio
de Janeiro, e interna-se nas fronteiras vazias dos pampas,
atrás do estancieiro em questão. Acaba por encontrar vários
Franciscos da Silva, todos com histórias mais ou menos
coerentes sobre a visita imperial às suas terras. Com qual
Francisco da Silva estaria a verdade? Este é o grande
desafio que envolve a trama magnificamente bem narrada por
Luiz Antonio de Assis Brasil. No seu périplo pela Província
do Rio Grande do Sul, o cronista depara-se com os ambientes
pesados e retrógrados da velha aristocracia rural gaúcha,
mulheres assombradas por recordações e silêncios,
aventureiros em busca de ouro, homens rudes do campo,
forasteiros e demais personagens que dão vida a esta obra,
escrita por um dos grandes escritores brasileiros
contemporâneos.
Em um estilo irretocável e instigante, Assis Brasil
debruça-se sobre um dos mais importantes períodos da
história nacional e faz um panorama surpreendente do então
jovem país.