O homem amoroso Mercado Aberto 1986
L´Homme Amoureux. Paris: L´Harmattan, 2003 [Trad. de Elaine Penny].

Abre-se o pano, o Maestro surge dos bastidores, coloca-se ante a platéia, curva-se aos aplausos e, voltando-se para os músicos, faz um momento de concentração e baixa a batuta.

A platéia, feliz, relaxa: daí por diante, tudo é fruição e fantasia. O público muitas vezes desconhece, porém, que uma orquestra sinfônica compõe-se de pessoas que também sofrem e têm seus conflitos, dos quais o maior talvez seja conciliar sua vocação com as circunstâncias especialíssimas em que a música sinfônica é realizada num país ainda às voltas coma a miséria e incompreensões de toda ordem. Cada concerto levado a termo é uma verdadeira façanha.

O autor pertenceu à orquestra Sinfônica de Porto Alegre no período que coincidiu com o do milagre brasileiro e do neo-ufanismo, mas também de uma extrema verticalização do poder, a qual se refletia inclusive nas relações entre a Administração da orquestra e seus músicos.

Para o autor, esta é uma obra de ficção, e como tal quer que ela seja entendida - ainda que esteja carregada de vivências, e entre estas a crise pessoal do protagonista ao atingir a emblemática idade de 40 anos.

 

Fortuna crítica

Aloísio G. Branco
Sérgius Gonzaga